Título: BRASÍLIA DETECTA O PRIMEIRO CASO SUSPEITO DA DOENÇA DO PEIXE CRU
Autor:
Fonte: O Globo, 13/04/2005, O País, p. 9

Em Minas, Vigilância Sanitária investiga seis ocorrências da parasitose

BRASÍLIA e BELO HORIZONTE. Foi detectado em Brasília o primeiro caso suspeito de difilobotríase, a parasitose intestinal transmitida pela ingestão de peixes crus ou mal cozidos que já atingiu pelo menos 27 pessoas em São Paulo nos últimos 12 meses. Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a possível vítima, uma mulher de 25 anos, teria se contaminado em outro estado antes de chegar a Brasília. No entanto, a Vigilância Sanitária anunciou que vai reforçar os cuidados.

Em Minas, a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte decidiu investigar seis casos de difilobotríase registrados na cidade de julho de 2004 a março deste ano. Os exames de fezes realizados por um laboratório de Belo Horizonte deram positivo para o parasita. São três casos de julho a outubro de 2004 e outros três de janeiro a março deste ano. O órgão abriu inquérito para identificar as circunstâncias em que ocorreram as contaminações.

Os dados foram solicitados aos maiores laboratórios da capital mineira devido ao surto da parasitose em São Paulo, atendendo a uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi a primeira vez que houve constatação da doença em Belo Horizonte nos últimos 45 anos, segundo os laboratórios.

Infectologista afirma que paciente tem a parasitose

A suspeita de contaminação em Brasília foi notificada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no último dia 6. O laudo do laboratório contratado pela secretaria confirmando se existe ou não a presença do parasita no organismo da vítima ainda não ficou pronto e está sendo aguardado para os próximos dias. Mas o infectologista Alexandre Cunha, que atendeu a paciente, afirmou que fez uma análise morfológica do parasita encontrado em amostra das fezes da vítima e constatou tratar-se do causador da difilobotríase.

¿ Esse tipo de parasita não é comum no Brasil. Mas o congelamento do peixe de forma adequada impede a transmissão ¿ explicou a diretora de vigilância Epidemiológica local, Disney Antezana.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que as pessoas evitem o consumo de peixes crus ou se certifiquem de que o produto esteve congelado em pelo menos 20 graus negativos por, no mínimo, sete dias. Para matar o transmissor, também é possível manter o peixe em 35 graus negativos por 15 horas.

¿ Esta recomendação serve tanto para os consumidores habituais de peixes crus em suas residências, quanto para os restaurantes que comercializam pratos com peixes crus ou mal cozidos.