Título: NA AGÊNCIA, UMA SEGUNDA REJEIÇÃO
Autor: Gerson Camarotti e Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 13/04/2005, Economia, p. 23

Não é a primeira vez que um nome é vetado para compor a diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em 24 de junho de 2003, o plenário do Senado rejeitou a indicação do ex-deputado federal Luiz Alfredo Salomão para ocupar o cargo de diretor de Fiscalização da agência reguladora. Em votação secreta, Salomão foi rejeitado por 40 votos contra 23 a favor e uma abstenção.

Como no veto de ontem a José Fantine como diretor-geral da ANP, o episódio de 2003 foi igualmente uma derrota para o governo. Na época, pelo número de votos, a derrota teve a contribuição de senadores da base governista. Na Comissão de Infra-Estrutura ¿ que ontem disse não à indicação de Fantine ¿ não houve objeção a Salomão.

Salomão estava tão certo da aprovação de seu nome que, em maio daquele ano, chegaram a ser distribuídos convites para a cerimônia de posse, que ele marcara para o dia 2 de junho, no Clube de Engenharia, no Rio. Os convites foram recolhidos na última hora devido ao atraso do Senado em votar sua indicação para a ANP.

Salomão foi ligado ao presidente do PDT, Leonel Brizola, e líder do partido no início dos anos 90. No governo Anthony Garotinho, Salomão foi indicado para a Secretaria de Obras. Quando o então governador rompeu com Brizola, Salomão o acompanhou e foi para o PSB. Ele se filiou ao PT no fim de 2001. Foi candidato a deputado federal na última eleição, mas não se elegeu.