Título: FÉ NO CORPORATIVISMO
Autor: Carla Rocha, Maiá Menezes e Maria Elisa Alves
Fonte: O Globo, 16/04/2005, Rio, p. 14

Votos da bancada evangélica foram decisivos

É Deus no céu e os evangélicos na terra ¿ de preferência, no plenário, votando contra a cassação. O deputado Alessandro Calazans, que também é convertido, contou com a ajuda providencial da bancada para se livrar da ameaça de perda de mandato. Tanto que um problema de última hora quase levou ao desespero os assessores do parlamentar: como a votação havia sido adiada ¿ inicialmente estava prevista para a terça-feira ¿ um grupo de até quatro deputados evangélicos não votaria na quinta-feira porque teria de viajar para Brasília.

¿ Em cima da hora, eles tiveram que cancelar tudo para não deixar de comparecer à votação ¿ revelou uma pessoa ligada à bancada evangélica.

Calazans contou com a solidariedade de Léo Vivas (PL), bispo da Igreja Universal e atualmente homem forte da bancada, para que fosse mudado o horário do vôo. Num quórum de 64 votantes, que foi o número de presenças registrado na sessão, a bancada evangélica teve um peso considerável. Os evangélicos, embora de denominações diferentes, somam hoje cerca de 22 parlamentares. O bloco, que fechou com Calazans, tem de 12 a 13 parlamentares, justamente a diferença entre os 37 que votaram contra a cassação e os 25, a favor.