Título: EM SÃO PAULO, ATO ECUMÊNICO MARCA O DIA D DA CAMPANHA DO DESARMAMENTO
Autor: Adauri Antunes Barbosa
Fonte: O Globo, 17/04/2005, O País, p. 4

Presidente Lula foi convidado para missa, mas não confirmou presença

SÃO PAULO. Um ato ecumênico para o qual foi convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que até ontem não tinha confirmado presença, vai marcar hoje o Dia D pelo Desarmamento. O ato, que terá uma missa na Catedral da Sé, às 10h, celebrada por Dom Odilo Scherer, bispo-auxiliar de São Paulo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será o principal evento do dia em que os paulistanos serão convocados a entregar as armas de fogo que têm em casa. Cerca de 120 municípios já aderiram ao ato da Campanha Nacional de Desarmamento e também promoverão eventos.

Os ministros Gilberto Gil (Cultura) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) estarão presentes à missa. O ato, organizado pelo Ministério da Cultura como parte do projeto Cultura de Paz, tem a parceria da CNBB, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, da União dos Escoteiros do Brasil e da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Grupo católico apresentará Hino Nacional

O grupo católico Arautos do Evangelho, que se encarregará da parte musical da missa, fará também, logo em seguida, a apresentação do Hino Nacional. Após os discursos das autoridades, uma grande festa acontecerá na Praça da Sé, com artistas como Dominguinhos, Chico César, Netinho e Caju & Castanha.

A Guarda Civil Metropolitana montará postos de arrecadação de armas em 11 parques da Grande São Paulo. Na Câmara de Vereadores também haverá um posto de recolhimento. Nesses pontos, mais de 300 escoteiros vão distribuir material da Campanha de Desarmamento. Os cidadãos que entregarem armas receberão entre R$100 e R$300.

O Estatuto do Desarmamento, aprovado em dezembro de 2003, prevê a realização de um referendo este ano, no qual a população dirá se aprova ou não a proibição do comércio de armas de fogo. Entidades e organizações não-governamentais estão pressionando o Congresso para que os parlamentares aprovem rapidamente a regulamentação do referendo. Somente assim o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá tempo de preparar a consulta, inicialmente marcada para 2 de outubro.

Na semana passada, Dom Odilo Scherer respondeu afirmativamente à correspondência enviada à entidade pelo ministro da Justiça, solicitando a parceria entre governo, igrejas e associações civis, para que a Campanha do Desarmamento se intensifique.

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