Título: PLANEJAMENTO: ALVO É `CARREIRA DE ESTADO¿
Autor: Regina Alvarez
Fonte: O Globo, 17/04/2005, Economia, p. 27

Ministério diz ainda que gastos com informática são para interligar ministérios

BRASÍLIA. O Ministério do Planejamento diz que o compromisso do governo Lula era ¿reduzir a terceirização em carreiras típicas de Estado¿, em que haveria distorção com a contratação de pessoal terceirizado. Um exemplo são os médicos peritos do INSS, substituídos por concursados: 3.800 vagas de terceirizados foram preenchidas por meio de concursos.

Foram substituídos ainda por concursados funcionários de hospitais universitários e trabalhadores ligados a organismos internacionais. Mas nesses casos, as contratações superaram as dispensas. Segundo o Planejamento, as substituições chegaram a 18.665 de 2002 a 2004 e as contratações autorizadas, a 50.302.

Quanto aos serviços de limpeza e conservação, copa e cozinha e vigilância, o ministério diz que nunca houve intenção de substituir essa mão-de-obra por servidores concursados. Na verdade, o governo mantém essas áreas e outros serviços administrativos na mão de empresas terceirizadas, e não pretende dispensá-las.

O Planejamento também não vê problema no aumento das despesas com serviços de informática. Diz que os investimentos nessa área cresceram para fazer frente a novos projetos, como a criação da Infovia, sistema que interligará as informações e banco de dados de todos os ministérios.

Já o Ministério da Fazenda informa que detém diversos sistemas informatizados desenvolvidos e mantidos pelo Serpro. Segundo sua assessoria de imprensa, esses gastos foram de R$340 milhões em 2002 e passaram para R$648,3 milhões em 2004.

A justificativa para o aumento de gastos é que, até 2003, o Serpro era dependente da União e seus recursos vinham do Orçamento. O Tesouro repassava recursos para cobertura parcial da folha de pagamentos. A partir de 2004, a empresa passou a ser considerada estatal e seus preços foram revistos. Os valores relativos à mão-de-obra passaram a ser um dos itens de custo de cada contrato com os clientes. (Regina Alvarez)