Título: CONSERVAÇÃO DE JARDINS TOMBADOS É CARA, DIZ GOVERNO
Autor: Regina Alvarez
Fonte: O Globo, 17/04/2005, Economia, p. 28

Recepções para líderes estrangeiros justificariam despesas

BRASÍLIA. O Ministério das Relações Exteriores justifica os gastos de R$737 mil com os jardins e o espelho d¿água do Itamaraty lembrando que custa caro conservar um patrimônio da Humanidade. Em Brasília, os jardins de Burle Marx e os prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer são tombados e, por causa disso, não podem ser danificados ou modificados. A assessoria do Itamaraty explica que a empresa Pro Jardim cuida também dos jardins de dois prédios anexos ao ministério. Destaca ainda que a empresa foi escolhida em uma licitação.

Quanto às flores, a assessoria justifica o gasto argumentando que o ministério organiza muitos eventos internacionais e recepções para convidados estrangeiros, o que exige esmero na decoração dos salões do Itamaraty.

O Ministério da Fazenda reconhece apenas parte dos gastos com bancas de jornais e revistas no Distrito Federal. Segundo a assessoria, o ministério tem um único contrato com a banca de jornais e revistas Saruska, embora no Siafi, que é o sistema integrado de acompanhamento da execução do Orçamento da União, apareçam pagamentos para a banca SHLN, também de Brasília.

Ministério da Fazenda culpa preços e estrutura da pasta

Segundo o Ministério da Fazenda, as despesas com a compra de jornais e revistas foram de R$156,6 mil em 2001, de R$184,8 mil em 2002, de R$152,3 mil em 2003 e de R$183,4 mil em 2004.

O ministério atribuiu o aumento dos gastos no ano passado, em relação ao primeiro ano do governo Lula, ao preço das assinaturas de jornais e revistas, que foi reajustado, e ao crescimento da estrutura da pasta. Ainda assim, destaca que os valores pagos em 2004 estão abaixo dos gastos de 2002.

¿Observe-se que os gastos do primeiro ano do atual governo foram menores em 18% se comparados ao último ano do governo anterior. O ano de 2004, que também ficou menor que a execução do ano de 2002, teve um incremento em virtude do reajuste do valor de capa de revistas e jornais e da reestruturação administrativa deste ministério, com criação de diversas unidades organizacionais¿, diz a nota divulgada pela Fazenda. (Regina Alvarez)