Título: Blitz apreende 6,7 mil produtos piratas em SP
Autor: Giba Bergamim Jr.*
Fonte: O Globo, 20/04/2005, Economia, p. 24
SÃO PAULO. Trinta policiais acompanhados de seis oficiais de Justiça e dez advogados fizeram uma blitz no edifício Galeria Pagé, no Centro de São Paulo, que resultou na apreensão de 6,7 mil produtos falsificados na manhã de ontem. Tênis, camisetas e óculos falsos das marcas Nike e Mizuno, além de imitações das bolsas Louis Vuitton, lotaram dois caminhões usados na operação. Ninguém foi preso.
A blitz foi motivada por uma decisão da 1 Vara Cível de São Paulo, que determinou a operação de busca e apreensão das mercadorias. Os policiais percorreram os seis andares da galeria, conhecido ponto de venda de contrabando e produtos piratas, para permitir que os oficiais de Justiça fizessem as apreensões.
Nenhum lojista ofereceu resistência. Domingos dos Santos, gerente de uma loja do sexto andar, disse que os tênis falsos são vendidos por imigrantes chineses, para quem os donos de lojas costumam sublocar seus estabelecimentos, cobrando aluguéis de mil reais.
¿ A gente cede o espaço e explica para eles que não podem vender produtos falsos. Mas eles não obedecem. Não podemos fazer mais nada ¿ declarou Santos.
Segundo o advogado da Nike do Brasil e da Alpargatas (que fabrica produtos da marca Mizuno), Newton Vieira Júnior, 70% dos tênis falsificados são produzidos em Nova Serrano (MG). Os outros 30% são trazidos da China, assim como 100% das bolsas falsas.
Segundo Vieira Júnior, a cidade mineira é a maior distribuidora de produtos falsificados do Brasil. O advogado explicou que as imitações são identificadas facilmente.
¿ São grosseiras ¿ disse.
Segundo Gumercindo Moraes Neto, diretor da marca Mizuno no Brasil, a empresa vem promovendo ações com freqüência para tentar barrar as falsificações. Os produtos apreendidos ficarão à disposição da Justiça e os infratores devem responder a processos.
De acordo o advogado Vieira Júnior, a empresa entrou com uma série de ações de indenização contra os falsificadores. Elas pedem R$ 400 mil de cada acusado. Na semana passada, a Polícia Civil de Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, apreendeu dez mil pares de tênis falsos em um depósito em duas casas da cidade. (*) Especial para O GLOBO