Título: CAPES QUER MAIS BOLSAS PARA A PÓS-GRADUAÇÃO
Autor: Carolina Brígido
Fonte: O Globo, 21/04/2005, O País, p. 8

Estudo mostra que apenas 32% dos mestrandos e 47% dos doutorandos têm ajuda

BRASÍLIA. Um levantamento divulgado ontem pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), do Ministério da Educação, mostrou que apenas 32% dos mestrandos e 47% dos doutorandos brasileiros têm bolsas de estudo. O estudo constatou ainda um crescimento anual de 11% nas matrículas nos cursos de mestrado e de 14% nos de doutorado.

O MEC quer fazer acordos com instituições estaduais e empresas públicas e privadas para que também ofereçam ajuda financeira aos estudantes.

¿ Não temos a ilusão de que seja possível aumentar o orçamento da Capes e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) na mesma proporção do crescimento da demanda. Vamos convidar as empresas e os estados para parcerias ¿ disse o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães.

Capes quer dobrar número de doutores até 2010

Outra meta da Capes é dobrar o número de doutores até 2010. Atualmente, 8.100 alunos por ano completam o doutorado. Para chegar a 16 mil em cinco anos serão aplicados R$1,6 bilhão. O dinheiro virá da Capes, do CNPq, dos fundos setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia e de parcerias.

Existem hoje no país 122,3 mil estudantes nos cursos de mestrado e doutorado. Desse total, 44,3 mil têm bolsas de estudo. A maior parte dos estudantes de pós-graduação está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. São Paulo (50,5 mil), Rio de Janeiro, (18,3 mil) e Rio Grande do Sul (11 mil) são os estados com maior número de mestrandos e doutorandos.

Novas bolsas priorizam pesquisa em áreas industriais

A instituição com maior número de bolsistas na pós-graduação é a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro: 92% dos 1.263 mestrandos e 97% dos 843 doutorandos têm bolsa. Na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, 77% dos doutorandos e 65% dos mestrandos têm a ajuda. O governo pretende destinar programas de bolsas de iniciação científica para as regiões Norte e Centro-Oeste.

Na semana passada, 1.653 novas bolsas começaram a ser dadas pela Capes, com prioridade para pesquisas em áreas industriais (medicamentos, artigos de informática e microeletrônica). O objetivo é ajudar a indústria a ampliar a oferta de emprego. As áreas com maior número de alunos na pós-graduação hoje são as humanas, as engenharias, a computação e a saúde.