Título: OMC: BRASIL PODE SE ABSTER EM ELEIÇÃO
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 21/04/2005, Economia, p. 22

Governo estuda não apoiar qualquer candidato à direção do organismo

BRASÍLIA. O Brasil poderá não apresentar sua lista de candidatos preferenciais para diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), por considerar que nenhum dos nomes ¿ o francês Pascal Lamy, o uruguaio Carlos Pérez del Castillo e Jaya Krishna Cuttaree, das Ilhas Maurício ¿ vai ao encontro das aspirações brasileiras na rodada de negociações do organismo multilateral.

A grande preocupação recai, especialmente, sobre os bens agrícolas, área em que o Brasil é extremamente competitivo no mercado internacional, mas enfrenta barreiras que, em alguns casos, chegam a ser intransponíveis.

De hoje até a próxima quarta-feira o Conselho-Geral da OMC recebe dos países associados suas relações com dois candidatos de preferência. No fim dessa segunda fase de consultas, um dos três será eliminado. Como a apresentação das listas não é obrigatória, a hipótese mais provável, segundo uma graduada fonte do Itamaraty, é o Brasil não votar, o que significaria se abster.

Derrotado na primeira fase, o Brasil está numa situação complicada. Depois de ter de retirar a candidatura do embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, na semana passada, o governo brasileiro desenha uma estratégia o menos constrangedora possível. Por isso, vem pesando os prós e os contras de cada candidato e, ao que parece, os pontos negativos prevalecem.