Título: SALDO DA BALANÇA ATINGE US$3 BI EM TRÊS SEMANAS
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 26/04/2005, Economia, p. 24

Em abril, exportações foram de US$6,8 bi até última sexta-feira

BRASÍLIA. A uma semana do fechamento de abril, a balança comercial brasileira registrou, até a última sexta-feira, um superávit de US$3,038 bilhões no mês. Este valor, resultado da diferença entre US$6,871 bilhões em exportações e US$3,833 bilhões em importações, já é o segundo maior do ano e, segundo técnicos da área de comércio exterior, pode superar o registrado em março, que ficou em US$3,349 bilhões.

Graças ao bom desempenho do comércio exterior, em 2005 a balança acumula um saldo positivo de US$11,357 bilhões, contra US$7,642 bilhões no mesmo período do ano passado. Este mês, a média diária exportada, de US$458,1 milhões, subiu 39% em relação a abril de 2004.

Brasil quer destravar negociação com europeus

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu ontem propor à União Européia uma nova reunião ministerial com o objetivo de destravar as negociações comerciais, que estão paralisadas. Os ministros que integram a Camex ¿ entre eles Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Antonio Palocci (Fazenda) e Celso Amorim (Relações Exteriores) ¿ acreditam que a reunião poderá dar impulso às conversas, e poderá ser feita uma nova troca de ofertas.

¿ Para nós não interessa apenas o que foi escrito, mas também as ofertas verbais que até agora não foram escritas oficialmente ¿ afirmou o secretário-executivo da Camex, Mario Mugnaini.

A Camex também decidiu que, nas discussões sobre as ofertas de bens agrícolas e industriais e serviços na rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC), não abrirá mão de que as tarifas a serem negociadas devem ser as específicas, e não as ad valorem. Por exemplo: se a tarifa de importação de açúcar (ad valorem) é 10%, na realidade, juntando todas as barreiras não-tarifárias, o imposto sobre o produto acaba ficando em 200% (tarifa específica). A avaliação é que não é vantagem para o Brasil começar a conversar sobre redução tarifária sobre 10%, mas sim sobre 200%. (Eliane Oliveira)