Título: EM SÃO PAULO, 83% SÃO CONTRA VENDA DE ARMAS
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Fonte: O Globo, 29/04/2005, O País, p. 12

Pesquisa do Datafolha mostra que 79% dos paulistanos nunca pensaram em comprar armamento para se defender

SÃO PAULO. Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Datafolha revelou que 83% dos paulistanos são contrários à venda de armas de fogo a civis, enquanto apenas 14% são a favor. Foram entrevistadas 1.624 pessoas nos dias 6 e 7 de abril. Entre os entrevistados, apenas 6% declararam ter arma de fogo em casa; 3% disseram que são os donos das armas; e outros 3% afirmaram que elas pertencem a outra pessoa da casa. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Além de a maioria dos entrevistados ter declarado não ter armas em casa, 79% afirmaram que nunca pensaram em comprar uma para se defender da violência. Os que já pensaram em comprar uma arma são apenas 20%.

Homens pensam mais em comprar armas de fogo

O maior índice favorável à venda de armamento a civis foi detectado entre os que declararam ter arma de fogo em casa: 28%, o dobro do percentual verificado entre o total de entrevistados.

Entre os já que pensaram em comprar arma, a maioria é homem (30%) de classe média, com renda familiar entre cinco e dez salários-mínimos (25%), com idade entre 16 e 25 anos (24%) e os que freqüentaram a escola até o ensino médio (23%).

- Os jovens do sexo masculino, que não têm história criminal, são os que mais matam e os que mais morrem - disse o superintendente do Instituto São Paulo Contra a Violência, José Roberto Bellintani.

Entre os entrevistados que declararam ter arma, 49% são contra a venda e 41% a favor. Entre aqueles que dizem que o proprietário da arma é outra pessoa da casa, o índice de aceitação é menor: 81% são contra e 17% a favor.

Apenas 9% das mulheres aceitam venda a civis

Já entre os que admitem a venda de armas de fogo a civis, os homens são maioria (19% contra 9% das mulheres), entre os paulistanos com idade entre 16 e 25 anos (17%) e entre os que têm renda familiar mensal entre cinco e dez salários-mínimos (17%).