Título: VENDA PODE SUBIR EM US$ 600 MILHÕES
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 29/04/2005, Economia, p. 24

Especialistas esperam que cresça interesse de estrangeiros para investir

SÃO PAULO. O Brasil poderá aumentar suas exportações de açúcar branco (ou refinado) entre dois milhões e três milhões de toneladas em dois anos, como efeito da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de cortar os subsídios da União Européia (UE) ao produto. A estimativa é do economista Glauco Carvalho, da MB Associados. Considerando os preços negociados hoje no mercado internacional, de US$198 a tonelada, a receita adicional com as exportações pode chegar a US$600 milhões.

Pelas contas de especialistas, os países da UE deverão reduzir em quase quatro milhões de toneladas suas exportações anuais de açúcar branco. É esse mercado que será disputado pelo Brasil. Segundo Carvalho, o país leva vantagem por ter um custo de produção em torno de US$150 por tonelada, contra US$330 de Tailândia e Austrália, seus principais concorrentes. Na UE, esse valor chega a US$700 a tonelada.

- A nossa vantagem comparativa é muito grande - afirmou o economista, um especialista em commodities.

A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) também comemorou a decisão da OMC, mas não quis fazer estimativas sobre seu efeito nas exportações do país. Nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil já exportou cerca de 900 mil toneladas de açúcar refinado, ficando na segunda posição do ranking global.

Também se espera um aumento do interesse de grupos estrangeiros em comprar empresas no Brasil. Nos últimos meses, diversos grupos visitaram usinas, principalmente no interior paulista. O último, há um mês, reuniu empresários da Alemanha.