Título: SEVERINO DIZ TER SE CASADO `MAIS OU MENOS VIRGEM¿
Autor: Adauri Antunes Barbosa
Fonte: O Globo, 03/05/2005, O País, p. 9
Presidente da Câmara afirma que mulher deve se casar pura, chama estupro de `acidente horrendo¿ e defende pena de morte
SÃO PAULO. Depois da vaia estrondosa nas comemorações pelo Dia do Trabalho, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), provocou risos ontem ao responder se é a favor do sexo antes do casamento durante sabatina promovida pelo jornal ¿Folha de S.Paulo¿:
¿ Se a senhora quer saber se fui assim ou não, lhe direi que fiz isso (manteve a virgindade). Era um homem puro e me casei com uma mulher que foi uma dádiva de Deus, a que me serviu. São 52 anos de casado e sou feliz.
Depois da resposta, a colunista Danuza Leão perguntou se ele estava afirmando que tinha se casado virgem.
¿ Mais ou menos isso (virgem) ¿ disse Severino.
Severino ainda teve que responder se suportaria se sua mulher tivesse se casado ¿mais ou menos virgem também¿ ou se este seria um direito exclusivo dos homens:
¿ Não. A mulher tem que ser virgem, tem que ser pura. O homem não, muitas vezes quer aprender como fazer o serviço.
¿ Mas aprender com quem, se a mulher tem que ser virgem? ¿ perguntou a colunista.
¿ Com quem estiver disposta a ser professora ¿ respondeu.
Severino disse considerar o estupro um ¿acidente horrendo¿ e se disse favorável à pena de morte para estupradores.
¿ Como sou cristão, não admito a pena de morte, mas o estuprador deveria ser condenado duramente.
Severino não titubeou ao ser perguntado sobre o que faria se tivesse um neto gay:
¿ Trataria com carinho para ver se conseguiria ajudá-lo a deixar disso.
¿ Mas se ele quisesse se casar com outro rapaz? ¿ perguntou um dos entrevistadores.
¿ Não vamos falar no futuro ¿ desconversou.
Severino se defendeu dos que o taxam de preconceituoso:
¿ Não tenho preconceitos. Tenho posições. Não engano ninguém.
Sobre o uso da camisinha, alegou que o assunto era ¿muito indiscreto¿, mas respondeu:
¿ Com 74 anos não posso ser testemunha para ninguém nesse sentido.