Título: Ainda pior
Autor:
Fonte: O Globo, 04/05/2005, O País, p. 10
NÃO SE pode controlar a Aids partindo de princípios ¿maniqueístas, teológicos, fundamentalistas e xiitas¿, disse o coordenador do programa brasileiro de combate à doença, Pedro Chequer, para justificar a recusa de ajuda financeira da Usaid, que exigia condenação pública da prostituição.
SÃO JUSTAS tanto a adjetivação quanto a recusa. Porque um dos motivos do sucesso do programa brasileiro é justamente a aceitação realista da existência da prostituição, assim como do homossexualismo e do vício das drogas.
FECHAR OS olhos a essa realidade, como quer o governo americano, seria condenar a serem infectadas não apenas muitas prostitutas como seus clientes ¿ e até as esposas destes.
SERIA PIOR do que maniqueísta, teológico, fundamentalista e xiita: seria ineficaz.