Título: PESQUISAS APONTAM REAÇÃO DO `SIM¿ NA FRANÇA
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Fonte: O Globo, 03/05/2005, O Mundo, p. 29

Sondagens mostram divisão do eleitorado no apoio à Constituição da União Européia no referendo do fim do mês

PARIS. A quatro semanas do referendo em que os franceses vão decidir nas urnas sobre a adoção da Constituição da União Européia (UE), as pesquisas de opinião se mostram divididas entre a preponderância do ¿sim¿ e do ¿não¿. Mas elas registram o fortalecimento da tendência à aprovação da Carta.

Em quatro enquetes divulgadas nos últimos dias, duas indicaram maioria para o ¿sim¿ e duas para o ¿não¿, mas estas apresentando queda no percentual de rejeição em relação a consultas anteriores.

A pesquisa da CSA mostrou que a Constituição seria aprovada por 51% contra 49%, ao passo que a do Ipsos, divulgada no jornal ¿Le Figaro¿, dá vitória do ¿sim¿ por 53% a 47%. Já uma sondagem BVA publicada na revista ¿L¿Express¿ continua a indicar supremacia do ¿não¿ com 52%, mas com uma queda de seis pontos percentuais em relação à feita em abril. Também houve queda na consulta da Louis-Harris para o jornal ¿Libération¿, com o ¿não¿ ainda vitorioso, mas com 51% em vez dos 53% registrados em meados do mês do passado.

Animado pelo fortalecimento do apoio à Constituição, o governo francês intensificou ontem a campanha pelo ¿sim¿ argumentando que uma Europa unida pode ajudar a estabilizar os preços do petróleo e promover a indústria do cinema do continente.

¿ A Constituição fornece uma sólida e inatacável base legal para o reconhecimento total dos subsídios estatais concedidos à cultura pela União Européia ¿ disse o presidente Jacques Chirac.

Preocupado em proteger o cinema francês da concorrência de Hollywood, o governo francês defende a tese de que produtos culturais não podem ser tratados como outras mercadorias. Apesar das tendências favoráveis à aprovação da Constituição no referendo do dia 29 de maio, muitos ainda mantêm a cautela.

A Constituição da UE só entrará em vigor se for ratificada pelos 25 países-membros. Mas, mesmo que os franceses digam não, o processo de ratificação continuará nos demais países que ainda vão realizar referendos.