Título: Otimismo do consumidor cai no mês de abril
Autor: Carlos Vasconcellos
Fonte: O Globo, 04/05/2005, Economia, p. 29

O otimismo do consumidor brasileiro, estimulado pelo crescimento econômico do país em 2004, vem sendo corroído aos poucos. É o que aponta a Sondagem de Expectativas do Consumidor, do Instituo Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, realizada com 1.462 chefes de domicílio entre 5 e 20 de abril. Dos nove indicadores, sete registram queda em relação a março. E a mudança de percepção se repete desde janeiro.

Para Aloisio Campelo Jr., coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas do Ibre, o resultado reflete a incerteza do consumidor diante da economia.

¿ Os aumentos sucessivos dos juros começam a afetar o crescimento econômico e provoca dúvidas no consumidor ¿ diz o economista.

A sondagem mostra que, entre janeiro e abril, subiu de 11,4% para 14,8% o número de pessoas que afirmam que a situação do país está pior hoje do que há seis meses. Desde janeiro, caiu de 14% para 7,1% o número de pessoas que acham que será mais fácil conseguir emprego hoje do que há seis meses. Os que consideram que será mais difícil, cresceram de 45,4% para 55,4% entre janeiro e abril deste ano.

No entanto, o brasileiro ainda mantém uma ¿reserva de otimismo¿. A maioria dos indicadores mostrou melhores resultados quando comparada aos indicadores de abril de 2004.

¿ O aumento dos juros foi gradual, dessa forma, observamos a queda no otimismo ainda não neutralizou totalmente a percepção positiva provocada pelo crescimento econômico do ano passado ¿ disse Campelo.

Se depender dessa percepção para o BC cortar os juros, é melhor nos acostumarmos com as altas. Exatamente como os economistas ouvidos pela pesquisa Focus, promovida pelo BC, os consumidores também apostaram que a inflação será mais alta: 8,95% contra 8,90% em março.