Título: ATENTADOS MATAM MAIS DE 40 NO IRAQUE
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Fonte: O Globo, 02/05/2005, O Mundo, p. 20

Carro-bomba em funeral curdo deixa 25 mortos. Em 3 dias, 100 morreram

BAGDÁ. Mais de 40 pessoas foram mortas por rebeldes no Iraque ontem, em ataques realizados contra militares americanos e iraquianos e civis. O pior ataque ocorreu no norte do país, onde um carro-bomba dirigido por um terrorista suicida foi detonado em meio a um funeral curdo, matando pelo menos 25 pessoas.

Os ataques de ontem indicam uma nova onde de violência rebelde no país. Desde sexta-feira, cerca de cem pessoas morreram em atentados terroristas e ações guerrilheiras.

O ataque ao funeral foi em Tal Afar, 390 quilômetros ao norte de Bagdá. A explosão ocorreu quando dezenas de pessoas assistiam ao enterro de Taleb Wahab, que integrava o Partido Democrático Curdo. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.

O ataque ocorreu um dia depois que foi encontrada uma cova coletiva próxima à cidade de Samawa, no sul do país, com cerca de 1.500 corpos que se acreditam ser de curdos prisioneiros de Saddam Hussein. Apenas nas cercanias de Samawa já foram achadas 27 covas coletivas e, em todo o país, cerca de 300.

Pelo menos 15 ataques foram realizados em Bagdá e arredores, 12 deles com carros-bomba. Cinco policiais foram metralhados ao sul da cidade no início da manhã e um carro-bomba matou cinco civis ¿ entre eles, uma menina ¿ no bairro Zafaraniya.

Um grupo terrorista divulgou ontem imagens de mais um estrangeiro seqüestrado no Iraque. O australiano Douglas Wood, de 63 anos, mora no estado americano da Califórnia, foi mostrado com dois homens mascarados portando fuzis AK-47.

¿ Meus captores são profundamente patrióticos. Eles acreditam num Iraque forte e unido. Presidente Bush, primeiro-ministro Howard, governador (da Califórnia) Schwarzenegger, família, amigos, por favor tirem as tropas americanos, australianas e britânicas daqui ¿ disse Wood, antes de começar a chorar. ¿ Eu não quero morrer.

Suspeitos de seqüestro de Margaret Hassan são presos

A divulgação da gravação aparentemente foi coordenada para coincidir com a visita ao Iraque do ministro da Defesa da Austrália, Robert Hill, que esteve em Bagdá ontem.

A polícia iraquiana anunciou ontem a prisão de 11 pessoas que estariam envolvidas no seqüestro e assassinato de Margaret Hassan, líder de uma ONG de ajuda humanitária que foi morta em novembro.