Título: VENDA DE JORNAIS NOS EUA TEM QUEDA DE 1,9%
Autor: José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 07/05/2005, Economia, p. 38
WASHINGTON. Levantamento concluído no início desta semana trouxe novamente más notícias para as empresas jornalísticas dos Estados Unidos: a circulação dos jornais teve uma queda de 1,9% durante a semana e de 2,5% as domingos, num período de seis meses que terminou em março passado. Para a empresa Audit Bureau of Circulations, que apura esses números, foi um dos piores declínios dos últimos anos.
Mas as companhias do setor não se alarmaram. Para elas, quem corre mais risco de perder o emprego não são os jornalistas, e sim distribuidores e entregadores de jornais. Isso porque, enquanto a circulação (venda de exemplares) diminui, sobe a leitura paga de edições eletrônicas dos 160 jornais americanos que oferecem essa opção.
¿ Não dê ouvidos aos fatalistas. Eles estão anunciando a nossa morte há muito tempo, mas nós é que vamos publicar o obituário deles ¿ disse Jay Smith, presidente da rede Cox Newspapers.
Há duas explicações para a queda na circulação. Uma é que muitos leitores, especialmente os mais jovens, passaram a ler as notícias online, gratuitamente.
A outra é que a venda de assinaturas sofreu um forte impacto da nova legislação que limita o telemarketing, que dá às pessoas a opção de não receberem telefonemas de vendedores. Quem insistir em ligar será multado. Os jornais usavam o telemarketing para vender assinaturas: 43,4% das vendas eram feitas assim em 2000, e no ano passado o índice baixou para 30,9%.
Mas o detalhe que importa às empresas é que, embora a venda dos jornais impressos tenha caído, a leitura (online) vem crescendo. Ou seja: o número de leitores está aumentando. Além disso, o faturamento com publicidade vem crescendo, em média, 20%.
Por isso as empresas jornalísticas vêm investindo cada vez mais em seus sites. Outras alternativas para atrair novos leitores são a criação de edições tablóides grátis e o lançamento de edições em espanhol, de olho no mercado hispânico.