Título: ALBUQUERQUE ADMITE AJUDA DO AMIGO SEVERINO
Autor: Letícia Lins
Fonte: O Globo, 07/05/2005, O País, p. 9

Para advogado, seu currículo o credenciou para vaga no Conselho

RECIFE. Pai do secretário particular do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), o advogado pernambucano Francisco Maurício de Albuquerque Filho ficou surpreso com a repercussão de sua indicação para o Conselho Nacional do Ministério Público. Disse ontem que, apesar de considerar ¿uma pérola¿ seu filho Eduardo Albuquerque, o Dudu, o que influiu mesmo para que ele disputasse o cargo não foi a paternidade, mas sim seu currículo e os 294 votos do plenário. Reconheceu, porém, que a força do amigo Severino ajudou.

¿ Severino não é Deus. Como qualquer cidadão, encaminhei meu currículo para me habilitar ao Conselho Nacional da Magistratura. Mas em face da disputa e de vários candidatos a este Conselho, preferi migrar para o Conselho Nacional do Ministério Público. Estou desvanecido de ter tido Severino Cavalcanti ao meu lado. Em todos os momentos, ele me prestigiou e me apoiou, e isso muito me honra. Mas foi só isso. Tenho 65 anos e história profissional ¿ disse ele ontem.

Albuquerque não quer ser tratado como afilhado

Apesar do apoio de Severino, o advogado não quer ser tratado como afilhado do presidente da Câmara.

¿ Falar por esse ângulo é prestar um desserviço ao interesse público, porque, querendo ou não, a escolha já foi efetivada. Discutir este assunto é desnecessário. O que tenho a dizer é que a votação dos deputados para minha indicação muito me honra ¿ disse.

Albuquerque é sócio do quinto maior escritório de advocacia do país, o Veirano Advogados Associados, que tem 280 profissionais e representações em oito cidades, sendo três no Nordeste. Ele se associou ao Veirano há cinco anos, juntamente com o sócio recifense Antônio Mário de Abreu Pinto. Ele tem dois filhos e uma filha, Maria Carolina, que também é advogada e sócia do pai.

Ele cursou direito na Universidade Católica de Pernambuco e Administração de Empresas na Universidade Estadual de Pernambuco (UEP, antiga Fesp). Tem pós-graduação em direito tributário pela Escola de Administração Fazendária do Ministério da Fazenda, em Brasília. Em Pernambuco, foi por sete anos presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE). Também atuou por nove anos como conselheiro da entidade. Entre 2000 e 2002 foi como juiz eleitoral no TRE.

Segundo o presidente da seccional pernambucana da OAB, Júlio Oliveira, é um profissional muito respeitado no estado.

¿ É bem conceituado e não conheço uma só trapalhada dele ¿ afirmou.