Título: VOLTA A PRESSÃO CONTRA ALDO
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Fonte: O Globo, 07/05/2005, O País, p. 14

PT de novo pede substituição de ministro

BRASÍLIA. Alvo principal das críticas à desarticulação do governo no Congresso, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, voltou a ter sua substituição pedida por ministros e líderes petistas. A derrota de Sérgio Renault, candidato do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para uma vaga no Conselho Nacional de Justiça, detonou nova temporada de caça ao ministro. Mas Aldo nega a derrota e trabalha para mostrar, na votação da reforma tributária, que a base tem, como sempre, maioria na Câmara para aprovar projetos de interesse do governo.

¿ O governo tem maioria na Câmara e sempre teve apoio para votar o que era importante, como a reforma da Previdência e as leis de falência e de biossegurança, e vai voltar a ter. A menos que se considere que mais importante era a indicação do senhor Renault ¿ disse Aldo.

A votação para o Conselho Nacional de Justiça é interpretada como uma derrota do governo na medida que foi aprovada a indicação da oposição derrotando o nome preferido por Bastos. Deputados aliados e de oposição concordam, porém, que Aldo não é o único responsável. Parte da culpa é atribuída ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que começou a articular muito tarde a defesa de Renault.

Aliados de Aldo avaliam que os petistas intensificaram a carga para tentar derrubar o ministro e evitar que ele se beneficie da votação da reforma tributária. Nas últimas semanas, Aldo fez cinco reuniões dos líderes governistas com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e está convencido que a reforma tributária será aprovada como fruto de um grande entendimento nacional.

No Senado, a oposição aceita transformar em convite a convocação do chefe da Casa Civil, José Dirceu, aprovada anteontem pela Comissão de Infra-estrutura para explicar a proposta do governo de abrir o capital da Infraero. Desde que Dirceu assuma o compromisso público de comparecer à sessão. Sem representantes do PT na sessão de ontem, senadores da oposição tripudiaram da fragilidade da base aliada.

O presidente da Comissão de Infra-estrutura, Heráclito Fortes (PFL-PI), foi a tribuna rebater as críticas do líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), à convocação de Dirceu.

¿ Esse tipo de convocação sempre existiu. O PT era um dos partidos que mais gostava de propor a convocação de autoridades. A diferença é que a base governista era mais articulada e sólida e impedia muitas destas convocações ¿ alfinetou.