Título: EXECUTIVOS SÃO VALORIZADOS NO MERCADO EXTERNO
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 08/05/2005, Economia, p. 39

Profissionais como Ghosn, da Renault, tornam-se astros

Alguns executivos brasileiros cruzaram fronteiras. É o caso de Carlos Ghosn, presidente da Nissan, que acaba de chegar também à presidência Grupo Renault. Ele foi o primeiro não japonês a comandar a Nissan e é hoje o maior executivo da indústria automotiva mundial.

Ghosn tirou a montadora de um atoleiro de dívidas, mas, para isso, fechou fábricas e demitiu mais de 21 mil pessoas quando assumiu o cargo, em 1999. Em um ano a empresa deu lucro. Virou ídolo nacional.

- Ele é um excelente exemplo do brasileiro que faz sucesso lá fora: é altamente qualificado e tem jogo de cintura para lidar com adversidades. Além disso, o brasileiro costuma ser carismático, o que facilita o exercício da liderança em terra estrangeira - avalia Machado, da Michael Page.

Quem, como Ghosn, também cruzou continentes foi o economista Reinaldo Garcia, presidente mundial da divisão de Diagnóstico de Imagem da GE Healthcare desde outubro do ano passado, uma empresa com US$8 bilhões em vendas. Primeiro brasileiro a ocupar o cargo, ele passou pouco menos da metade de seus 44 anos no exterior. Apesar disso, para Garcia, que vive hoje nos EUA, ser brasileiro fez diferença.

- Aprendemos desde cedo a conviver com a diversidade cultural. E adaptar-se rapidamente às mudanças é chave para os líderes de hoje, assim como saber interpretar essas mudanças. O brasileiro é competitivo, não gosta de chegar em segundo lugar. E isso é fundamental para os negócios - acredita. (P.E.)