Título: CIÊNCIA PEDE MAIS RECURSOS
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 11/05/2005, Economia, p. 24

Fiesp critica câmbio e juros altos

O Brasil ainda exibe números pífios na área de ciência e tecnologia. O índice de pesquisadores em relação à população economicamente ativa é de 0,8% - na China é 1,1% - e há necessidade de formar mais cientistas nas áreas básicas e engenheiros. Os gastos com pesquisas somaram 1% do PIB em 2000 - a China aplicou 1,29%. Entre as boas notícias, a produção acadêmica do país equivale a 1,5% do total mundial, média superior à participação do país no comércio exterior; e o número de doutores formados por ano, na casa de 8 mil, é comparável ao de outros países emergentes como China e Índia. Os dados foram apresentados pelo secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, Luis Fernandes, no XVII Fórum Nacional de Altos Estudos.

- Temos bons cientistas, alguns centro de excelência, mas pecamos na migração do saber acadêmico para as empresas - admitiu o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, acrescentando que os recursos do governo em ciência e tecnologia superam os privados.

Os empresários estão conscientes da importância da inovação tecnológica no ganho de competitividade, mas a conjuntura é adversa para mais investimentos nessa área, disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Para ele, câmbio valorizado e juros altos estão entre as principais razões da perda de rentabilidade das empresas e, em conseqüência, do encolhimento da capacidade de investimento também em pesquisas. (Vagner Ricardo)