Título: DOM ODILO: MOVIMENTO SOCIAL QUER REELEGER LULA
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 13/05/2005, O País, p. 8

Secretário-geral da CNBB diz que não há alternativa melhor, apesar das falhas do governo

BRASÍLIA. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não tem candidato, mas o secretário-geral da entidade, Dom Odilo Scherer, afirmou ontem que os movimentos sociais deverão apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Dom Odilo, no cenário atual, não há alternativa melhor, apesar dos erros cometidos pelo governo Lula.

Perguntado sobre o motivo de entidades e organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) já terem anunciado apoio à reeleição, Dom Odilo respondeu:

¿ Considerando o quadro político atual, os movimentos sociais não estão vendo alternativa melhor do que Lula, apesar de todas as falhas de seu governo.

Entidade não tem preferência por candidato

O presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo, afirmou que a entidade não tem a preferência por qualquer partido ou apóia qualquer candidato. Mas ele se disse favorável ao direito de os movimentos sociais optarem por candidatos.

¿ Ainda é cedo para manifestações, mas essas organizações têm direito de expor suas posições políticas. Nós não temos partido e nenhum interesse de nos manifestar, mas apóio que eles (movimentos) possam opinar ¿ disse o presidente da CNBB.

Ontem, a CNBB divulgou uma carta, denominada ¿Mensagem ao povo brasileiro¿, onde elogia a homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Lula homologou a reserva em área contínua, apesar dos protestos do governo de Roraima e de produtores de arroz da região. Na mensagem, a CNBB disse que a homologação ¿constitui passo importante no reconhecimento dos direitos indígenas¿.

CNBB cobra recursos para a reforma agrária

A entidade também cobrou liberação de recursos para a execução da meta de assentamento de reforma agrária e afirmou estar preocupada com o desabastecimento de remédios para os portadores do vírus HIV.

¿As pressões dos grupos econômicos levaram à diminuição na produção dos remédios (para os soropositivos), ocasionando angústia aos doentes e aumentando a incidência da mortalidade¿, diz a carta da CNBB.