Título: Denúncias, fugas, rebeliões e mortes na Febem
Autor: Flavio Freire
Fonte: O Globo, 15/05/2005, O País, p. 14

Há anos em crise, a Febem tem sido palco de denúncias de tortura, fugas, rebeliões e mortes de funcionários e menores infratores. A falta de controle do governo sobre as 74 unidades e os 6.600 menores espalhados por São Paulo aumenta a cada ano. Desde janeiro, 1.006 jovens fugiram e apenas 507 deles foram recapturados. O número é superior aos registros de todo o ano passado, quando 933 internos conseguiram escapar. O número de rebeliões chegou a 26 somente este ano, contra 28 em 2004.Os motivos para o descontrole são variados. Da superpopulação a denúncias de prática de tortura, passando ainda por acusações de falta de estrutura, a Febem tem se tornado o calcanhar-de-Aquiles do governador Geraldo Alckmin (PSDB). No início, 25 de um grupo de 40 funcionários acusados de torturar menores tiveram a prisão decretada. Eles foram acusados de espancar internos da unidade da Vila Maria. Laudos apontaram lesões em 84 adolescentes.Alckmin demitiu 1.700 funcionários que teriam responsabilidade sobre o caos na Febem. Sob pressão, readmitiu uma parte deles.