Título: BRASIL SOBE DUAS POSIÇÕES NO RANKING MUNDIAL DE COMPETITIVIDADE E É O 51º
Autor: Carlos Vasconcellos
Fonte: O Globo, 12/05/2005, Economia, p. 28

E São Paulo é a 43ª economia mais competitiva do mundo, segundo IMD

Uma boa notícia: o Brasil subiu pela primeira vez desde 2002 no ranking de competitividade mundial do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Gerencial (IMD, na sigla em inglês). A má notícia: o país obteve apenas a 51ª posição entre os 51 países e nove regiões pesquisadas. Os principais fatores para a melhora no desempenho foram a boa performance econômica do país no ano passado e a subida no ranking de eficiência empresarial, no qual o país ocupou a 31ª posição. São Paulo foi uma das regiões pesquisadas pelo IMD, e saltou quatro posições, passando a ser a 43ª economia mais competitiva do mundo.

Segundo Carlos Arruda, diretor de Desenvolvimento da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, parceira brasileira do IMD, o país poderia dar um salto de competitividade se conseguisse reduzir a burocracia e o spread bancário, que determina o custo dos financiamentos.

- Se o Brasil conseguisse alinhar esses dois itens com a média dos 60 países e regiões pesquisados, saltaria imediatamente dez posições - afirmou Arruda, em entrevista ao GLOBO, por telefone.

Arruda acrescenta que, se por um lado, o país melhorou a qualidade do governo em relação ao manejo das finanças públicas, a legislação e as normas deixam muito a desejar. Enquanto aqui se levam 155 dias para abrir uma empresa, a média dos países pesquisados é de apenas 41 dias.

Comércio internacional do país foi menos competitivo

Curiosamente, o país não melhorou sua posição relativa no item Comércio Internacional, apesar dos sucessivos recordes na balança comercial. O motivo: o ganho não foi de competitividade, e sim de fatores conjunturais, como preços favoráveis para commodities no mercado internacional.

O país latino-americano mais competitivo foi o Chile (19º ), que subiu sete posições. A Argentina teve uma ligeira melhora, chegando a 58º, e o México manteve-se estável em 56º. O que nem de longe deve ser visto como consolo na corrida da competitividade.

- Ficar parado é o mesmo que cair, pois você não acompanha a evolução dos outros - afirmou Arruda.