Título: FUNDOS DE FGTS MANTÊM VALORIZAÇÃO
Autor: Paula Dias
Fonte: O Globo, 14/05/2005, Economia, p. 31

Queda da bolsa não abala rendimento de aplicações em Vale e Petrobras

SÃO PAULO. Quem pôs recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em fundos de ações da Petrobras e da Companhia Vale do Rio Doce não tem motivos para se arrepender. Nem mesmo a má fase da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2005, que acumula queda de 6%, abala os ganhos desses fundos, formados em agosto de 2000 e março de 2002, respectivamente.

De acordo com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), desde a formação, o FGTS-Petrobras já rendeu 351,7%. No mesmo período, o FGTS foi corrigido em 30,81%. O fundo FGTS-Vale acumula ganhos de 428,89% desde seu lançamento, contra 20,33% do FGTS.

O saque dos recursos do FGTS aplicados na Petrobras e na Vale segue as mesmas regras do Fundo de Garantia: o dinheiro só poderá ser resgatado em ocasiões específicas, como demissão por justa causa, compra de imóvel, aposentadoria ou doenças graves. Quem não se enquadra nesses casos pode apenas retirar o dinheiro dos fundos e mantê-lo no FGTS, rendendo a TR mais 3% ao ano. Mas retornar ao fundo não é possível.

Para Gustavo Alcantara, gestor do Banco Prosper, o investidor não deve se assustar com o atual momento da Bovespa. Ele ressalta que Vale e Petrobras são empresas com fundamentos bastante sólidos e praticamente não há chance de o trabalhador perder os ganhos acumulados:

- São ações de investimento em longo prazo, da mesma forma que o FGTS. Mesmo que as ações acompanhem temporariamente as quedas recentes da bolsa, o lado operacional das empresas é que deve contar no longo prazo - diz Alcantara.

Segundo Mário Avelino, presidente da Organização Não-Governamental FGTS-Fácil, há um projeto para o trabalhador investir os recursos em ações. Mas ele lembra que a aplicação total não deve ser permitida, pois os recursos do FGTS são utilizados pelo governo para financiamentos habitacionais e de obras de infra-estrutura.