Título: MANIFESTANTES PEDEM PRESSA PARA APROVAR REFERENDO DO DESARMAMENTO
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Fonte: O Globo, 19/05/2005, O País, p. 12
Grupo acendeu velas e levou fotos de vítimas para rampa do Congresso
BRASÍLIA e SÃO PAULO. Parentes e amigos de vítimas da violência fizeram manifestação ontem na frente do Congresso Nacional para pedir pressa na votação do projeto que regulamenta o referendo sobre a proibição da venda de armas no país. Eles levaram fotos dos filhos mortos e acenderam velas na rampa de acesso ao Congresso.
¿ É urgente que a Câmara aprove o referendo, porque a população quer ir às urnas e proibir a venda de armas de fogo ¿ disse a gerente de Comunicação do Instituto Sou da Paz, Mariana Montoro Jens.
Projeto ainda precisa ser votado na Câmara
O instituto e outras ONGs, como o Viva Rio, organizaram a manifestação. O referendo está previsto para outubro, mas ainda depende da regulamentação. O projeto já foi aprovado pelo Senado e falta a votação no plenário da Câmara.
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, disse que o projeto de regulamentação será votado em plenário tão logo haja acordo para liberar a pauta travada por medidas provisórias. Severino disse acreditar que haverá condições de votar a proposta na semana que vem.
Na abertura do ato, foi lido um texto informando que 63,9% dos homicídios no Brasil são cometidos com armas de fogo, o que provoca mais mortes do que os acidentes de trânsito. Em 2002, segundo o texto, 38 mil pessoas morreram vítimas de armas de fogo no país.
Hoje, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), lança a Frente Parlamentar Brasil Sem Armas. A missão da frente será lutar pelo desarmamento durante o referendo, quando defensores e opositores da proibição terão espaço em rede nacional de rádio e TV para defender seu ponto de vista.
Pelo menos 250 igrejas cristãs, evangélicas e católicas, das principais cidades brasileiras estarão abertas das 9h às 17h do próximo sábado para receber armas no Mutirão Nacional de Entrega de Armas. O evento inédito é organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e Visão Mundial. Além de coletar e inutilizar milhares de armas, o Mutirão quer chamar a atenção para o referendo de outubro. As igrejas cristãs são contra a venda de armas.
Ontem, dez entidades ligadas a igrejas evangélicas de São Paulo aderiram à Frente Evangélica Desarma Brasil, em evento na Câmara de Vereadores.