Título: DEFINIÇÃO DE PADRÃO PARA TV DIGITAL SAI ATÉ FEVEREIRO
Autor: Mônica Tavares
Fonte: O Globo, 19/05/2005, Economia, p. 27

Governo receberá em dezembro resultado de pesquisas realizadas por grupos de estudo

BRASÍLIA. O governo pretende decidir que tecnologia de TV digital será usada no país até fevereiro de 2006. A informação foi dada ontem pelo secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa. Segundo ele, até 10 de dezembro os grupos encarregados das pesquisas têm de entregar suas propostas, que serão enviadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lustosa participou do 23º Seminário da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), em painel que tratou de convergência tecnológica.

O secretário acredita que até fevereiro Lula deverá ter ouvido tanto do conselho gestor quanto do conselho consultivo todas as informações necessárias para decidir qual o melhor caminho para o país: se é escolher entre as tecnologias americana, européia e japonesa, ou desenvolver uma tecnologia própria.

As emissoras querem que a tecnologia garanta a portabilidade - "televisão de bolso" - e também a alta definição da imagem. Uma medida já está tomada: a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai publicar na próxima semana o Plano de Canais da TV Digital, aprovado por seu conselho diretor.

O plano permitirá que as emissoras de TV transmitam, depois da implantação da tecnologia digital, a programação pelos sistemas analógico e digital ao mesmo tempo, por um período mínimo de dez anos.

Governo vai estudar implantação de rádio digital

O Ministério das Comunicações deverá propor a criação de um grupo interministerial para estudar a implantação no país da rádio digital.

O vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, Evandro Guimarães, defendeu um amplo debate sobre as novas mídias e a convergência tecnológica. Ele ponderou que, enquanto as rádios e televisões têm obrigações constitucionais, as operadoras de telecomunicações não têm.

São empresas internacionais operando internet com conteúdo estrangeiro, ao passo que a Constituição determina que a responsabilidade editorial das empresas de radiodifusão - seja de televisão aberta e paga, rádio, jornal, revista - é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.