Título: BOLÍVIA QUER DISCUTIR COM BRASIL MANUTENÇÃO DE INVESTIMENTOS
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Fonte: O Globo, 20/05/2005, O Mundo, p. 29
Forças Armadas advertem para risco de desintegração do país
LA PAZ. O governo da Bolívia declarou ontem que vai fazer gestões junto ao Brasil para tentar manter o nível de investimentos da Petrobras no país após a promulgação da nova e polêmica Lei dos Hidrocarbonetos. A legislação estabelece uma carga de royalties e impostos de 50% para as empresas que explorem petróleo e gás natural na Bolívia, em comparação aos 34% da lei anterior.
Anteontem, a ministra de Minas e Energia do Brasil, Dilma Rousseff, disse que a Petrobras reduziria investimentos, e ontem o presidente do Banco Central da Bolívia, Juan Antonio Morales, advertiu que a entrada de capitais estrangeiros diminuirá. Temeroso de que a economia seja afetada, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Wálter Kreidler, afirmou que o governo vai agir para tentar achar uma solução.
Por sua vez, o Congresso suspendeu até segunda-feira o debate sobre o referendo que deverá decidir sobre a autonomia de algumas regiões do país devido a uma confusão no plenário e a uma tentativa de invasão. Atentas ao que consideram um risco de desintegração do país, as Forças Armadas voltaram a se manifestar contra a ameaça de empresários de Santa Cruz de la Sierra de convocarem localmente um referendo se La Paz nada decidir.
- A divisão não está no Congresso, mas em algumas regiões - disse o almirante Luis Aranda, chefe das Forças Armadas.
Novos protestos pela nacionalização do gás e do petróleo e contra o referendo da autonomia sacudiram La Paz.
Legenda da foto: MANIFESTANTES PEDEM nacionalização do petróleo e do gás em La Paz