Título: CESAR ADMITE APOIAR TUCANO NA DISPUTA PELA SUCESSÃO DE LULA
Autor:
Fonte: O Globo, 21/05/2005, O País, p. 8

Prefeito diz que só fará isso caso PSDB esteja melhor nas pesquisas

O prefeito do Rio de Janeiro e pré-candidato do PFL à Presidência da República, Cesar Maia, disse ontem que está disposto a apoiar um candidato tucano em 2006, caso a candidatura pefelista não se mostre competitiva. Frisou, porém, que só dará seu apoio se o PSDB não adotar uma postura de hegemonia em relação ao PFL, como, segundo ele, ocorre hoje. Cesar disse que espera reciprocidade dos tucanos.

¿ Do ponto de vista eleitoral, o PFL tem os pés no chão ¿ disse o prefeito, durante o congresso de refundação do PFL, encerrado ontem no Rio. ¿ O partido quer que suas idéias prevaleçam. Se a candidatura do PFL for competitiva, o PFL vai com candidatura. Se a candidatura do PFL não for, e a do PSDB for, nós não teremos qualquer dificuldade de apoiar o PSDB. O que pedimos ao PSDB é reciprocidade. O que vale para nós, vale para eles. Eles não podem se imaginar hegemônicos, como se imaginam nas relações com o PFL.

O PFL se reuniu paralelamente ao encontro da Internacional Democrática de Centro (IDC), que trouxe ao Brasil representantes de partidos centristas de vários países, com destaque para o ex-chefe do governo espanhol José María Aznar, presidente da entidade.

Novos princípios do PFL serão divulgados em junho

O PFL quer se afastar da imagem de direita que o identifica desde sua fundação e convencer o eleitor de que está ao centro e é viável como adversário do PT no ano que vem. No dia 16 de junho, o partido lançará, em Brasília, documentos apresentando seus novos princípios e sua agenda.

Cesar Maia disse que para o PFL a questão eleitoral nas eleições de 2006 será apresentar uma política centrista contra o que os pefelistas consideram populismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

¿ Essa é a questão ¿ disse o prefeito. ¿ É por isso que nosso trabalho maior é colar o presidente Lula ao seu governo.

A estratégia do partido será tentar derrubar os índices de aprovação do presidente pela opinião pública mostrando que a figura popular não pode ser separada das políticas de governo ¿ que, para o partido, não funcionam e, por isso, têm obtido avaliações bem inferiores nas pesquisas.

Discursando no encerramento do evento, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, atacou Lula, dizendo que ¿a incompetência venceu a esperança¿, em alusão ao mote petista quando da vitória de Lula em 2002: ¿A esperança venceu o medo¿.