Título: O país da tecnologia e dos celulares
Autor: Cristiane Jungblut
Fonte: O Globo, 23/05/2005, O País, p. 9

SEUL (Coréia do Sul). O jornal ¿Chosun Ilbo¿, de maior circulação na Coréia, fez uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre sua visita ao país. Na entrevista, Lula disse que venceu a descrença internacional com a sua eleição e admitiu que como presidente da República não defende as mesmas idéias da época em que era líder sindical. Lula disse ainda que quer fazer a economia brasileira menos dependente dos americanos, mas disse que os EUA são um parceiro importante e que sempre admirou a vontade americana de vencer.

¿ As pessoas me criticam por dizer coisas diferentes agora do que quando era líder sindical. Mas isso é natural, não é? Quando era líder sindical, falava só para e pelos trabalhadores. Mas, como presidente, trabalho para 180 milhões de brasileiros. Como pode um presidente do Brasil falar a mesma coisa que um líder sindical? ¿ disse Lula, segundo o jornal.

Seul, primeira parada do presidente Lula na Ásia, concentra 11 milhões dos mais de 46 milhões de habitantes da Coréia do Sul (dados de 2002). Segundo o embaixador do Brasil na Coréia do Sul, Pedro Paulo Assumpção, menos de 300 brasileiros vivem no país.

A Coréia do Sul conseguiu se recuperar da crise que atingiu os países asiáticos em 1997 e tem se notabilizado pela produção de alta tecnologia. Sede da Samsung, o país também tem um objeto disseminado entre quase todos os seus habitantes: o telefone celular. Segundo o embaixador brasileiro, em 2004 foram vendidos 16 milhões de celulares no país. Nas ruas de Seul, diante da pergunta sobre o que conhecem do Brasil, motoristas de táxi citam logo o futebol e nomes como Ronaldinho e Romário. Japão e Coréia sediaram a Copa do Mundo em 2002, quando o Brasil foi campeão.