Título: MORAES DEFENDE CRIAÇÃO DA CPI DOS CORREIOS
Autor:
Fonte: O Globo, 26/05/2005, O País, p. 8

`As comissões têm mecanismos que podem facilitar a investigação¿, diz o integrante do CNJ

SÃO PAULO. Depois de uma mudança regimental no Senado que permitiu a reapresentação e a aprovação de seu nome para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ex-secretário de Justiça de São Paulo Alexandre de Moraes defendeu ontem a instalação da CPI dos Correios. Segundo ele, o número recorde de assinaturas pedindo a criação prova a importância da comissão:

¿ A CPI é importantíssima. O número de assinaturas no pedido, que é recorde para uma CPI, fala por si só. As CPIs têm mecanismos que a Polícia Federal e o Ministério Público não têm e que podem facilitar a investigação ¿ comentou ele, lembrando da prerrogativa de pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico.

Mesmo tendo seu nome reprovado no Senado na semana passada por uma articulação política atribuída ao líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o ex-secretário paulista, que também presidia a Febem, não guarda mágoa do petista:

¿ Meu relacionamento com o senador é profissional. Não tenho problema com ele. Não tinha e continuo não tendo.

Moraes atribuiu onda de corrupção à impunidade

Para Moraes, a onda de corrupção é fruto da impunidade:

¿ Sempre se joga a sujeira para baixo do tapete e há muita demora na apuração ¿ disse ele, propondo ¿eficiência e vontade política para resolver o problema. ¿ Ela (a corrupção) existe, é óbvio. Sempre existiu. Por isso precisa ser combatida rapidamente, com eficiência. É preciso vontade política para combatê-la, sob o risco do descrédito das instituições, o que vale dizer o descrédito na democracia.

Um dos 15 integrantes do CNJ, que será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, Alexandre de Moraes sugere duas prioridades para os trabalhos do Conselho: fazer com que mais pessoas tenham acesso à Justiça e que ela seja mais rápida.