Título: SAMSUNG CRITICA ENTRAVES PARA EMPRESÁRIOS
Autor: Cristiane Jungblut e Gilberto Scofield
Fonte: O Globo, 25/05/2005, Economia, p. 25

SEUL, Coréia do Sul. Apesar dos esforços da missão brasileira para defender o ambiente de negócios no país, o presidente mundial da fabricante de eletroeletrônicos coreana Samsung, Yun Jong-yong, lembrou ontem os empecilhos ao investimento que ainda existem no Brasil, em discurso feito na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Yun citou a burocracia, a guerra fiscal entre os estados - que surpreendem com ofertas desiguais de incentivos às empresas - e a instabilidade das regras como inibidores do investimento.

O executivo discursou ontem para uma platéia de cerca de 150 empresários coreanos e brasileiros reunidos num seminário sobre investimentos no Brasil, realizado em Seul. A Samsung ganhou a prerrogativa de criticar as condições para aplicação de recursos no Brasil justamente porque possui no país cerca de US$100 milhões em investimentos.

São duas fábricas - uma que produz monitores de TV e discos rígidos em Manaus e outra de celulares em Campinas - e dois centros de pesquisa e desenvolvimento de produtos, junto às fábricas.

- Estamos avaliando o impacto da "MP do Bem" nas exportações da Samsung, mas nossa prioridade, no momento, é atender ao mercado brasileiro - disse Benjamin Sicsú, vice-presidente da Samsung da América Latina.

A Samsung mundial faturou em 2004, em suas 30 empresas ao redor do planeta, US$140 bilhões e lucrou US$10 bilhões. No Brasil, a empresa está presente desde 1997 e faturou US$680 milhões ano passado. Este ano, as receitas devem chegar a US$1 bilhão, de acordo com Sicsú. (Gilberto Scofield, enviado especial)