Título: DE OLHO NO PATRÃO E BUSCA INTENSA POR VAGA
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 26/05/2005, Economia, p. 23
Os brasileiros que estão em busca de uma vaga no mercado de trabalho recorrem, na maioria das vezes, a tentativas diretas com empregadores, mas também lançam mão da ajuda de amigos e parentes. E a procura de emprego é contínua ao longo do mês. Segundo uma pesquisa qualitativa inédita feita pelo IBGE nos 40 mil domicílios visitados para a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), 80,7% dos desempregados procuraram vaga na semana em que foram entrevistados pelo técnico do instituto. Apenas em 19,3% dos casos a busca por emprego foi realizada num momento anterior da semana da pesquisa.
¿ Isso mostra uma grande intensidade na busca por emprego ¿ explica Cimar Azeredo, do IBGE.
Dos que procuram vaga, 68,8% consultaram um empregador, 14% recorreram a amigos ou parentes, e outros 10,7% foram à agências de empregos ou sindicatos. A Região Metropolitana de Salvador tem o maior percentual de desempregados que tentaram a ajuda de parentes ou amigos: 29,6%. No Rio, 19,2% usaram esse recurso, 7% foram a sindicatos ou agências e 65,7% consultaram empregadores.
Azeredo explica que boa parte das pessoas hoje consideradas ocupadas na pesquisa do IBGE está na informalidade por falta de opção.
¿ Normalmente, a primeira providência de um trabalhador que perde emprego é buscar uma vaga formal, por isso a maioria consulta os empregadores. Mas, o arrimo de família, quando não consegue uma vaga, se vira de qualquer maneira e acaba trabalhando por conta própria.
A pesquisa do IBGE constatou, em abril, a existência de 3,7 milhões de trabalhadores por conta própria nas seis maiores regiões metropolitanas do país. É o equivalente a 19% da população ocupada nessas regiões. Esses trabalhadores ganhavam em média R$733,30, ou seja, 22,5% a menos do que os R$946,70 dos empregados com carteira de trabalho assinada. (Luciana Rodrigues)