Título: Ministra admite pior cenário
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Fonte: O Globo, 26/05/2005, O Mundo, p. 28

SEUL. A ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o governo brasileiro está bastante preocupado com a situação na Bolívia, onde milhares de camponeses cercaram a capital, La Paz, em protestos exigindo do governo e do Congresso a nacionalização do setor de hidrocarbonetos e a convocação de Assembléia Constituinte.

A ministra, que acompanha o presidente Lula em sua viagem ao Oriente, falou que não tem clareza, hoje, sobre os rumos do país, mas admitiu que um dos cenários levados em consideração por seu ministério é o pior para a Petrobras: uma vitória parcial dos camponeses e a perda de algum ativo da estatal naquele país. Segundo Dilma, o governo espera que a situação seja resolvida através de um acordo, justamente porque a exploração do gás por empresas estrangeiras é responsável hoje por boa parte da arrecadação boliviana.

A Petrobras passou a operar na Bolívia em 1996 e é hoje a maior empresa do país, onde investiu US$1,5 bilhão. É sócia da espanhola Repsol e da francesa Total na exploração dos dois maiores campos de gás. E é dona de metade do gasoduto Brasil-Bolívia e de duas refinarias. O diretor de Relações com Investidores da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a empresa terá queda de cerca de US$40 milhões no lucro da subsidiária na Bolívia com a alta dos impostos aprovada pelo Congresso.