Título: "Ninguém me pressionou"
Autor: Maria Lima eLuiza Damé
Fonte: O Globo, 27/05/2005, O País, p. 4
Um dos seis deputados petistas que admitiram retirar o apoio à CPI dos Correios, Carlos Santana (RJ) disse que não sofreu pressão da cúpula do PT, e que apenas seguiu a maioria.
Por que o senhor mudou sua posição?
CARLOS SANTANA: Sempre achei que o nosso dever era o de criar a CPI e investigar as denúncias nos Correios. Defendemos isso dentro do PT, mas perdemos internamente. E aí temos que seguir o que a maioria decidiu, mesmo sabendo que a oposição só quer agredir o governo e antecipar as eleições.
O senhor sofreu algum tipo de pressão para retirar a assinatura?
SANTANA: Em cima de mim não houve, ninguém me pressionou. Houve apenas a orientação partidária de retirar a assinatura. Eu não liguei para ninguém e ninguém ligou para mim.
O senhor acha que sai desgastado do episódio?
SANTANA: Os eleitores vão compreender que a fidelidade partidária não pode ser seguida só quando interessa. Temos que acatar a posição do partido. Sou fundador do PT e sempre foi assim. Nosso papel agora é encarar a CPI e tentar esclarecer o máximo. Vai ser bom para a sociedade