Título: Um moderno aliado da polícia
Autor: Paula Autran
Fonte: O Globo, 27/05/2005, Rio, p. 11

O exame de DNA tem sido um grande aliado da polícia na investigação de crimes e na localização de desaparecidos. Em janeiro passado, por exemplo, a polícia descobriu, com esse tipo de exame, que os restos mortais carbonizados encontrados no alto do Morro do Telégrafo eram do diretor de bateria da Mangueira Robson Roque, que havia desaparecido.

A polícia também recorreu ao exame de DNA para identificar restos mortais encontrados no alto da Favela da Grota, em junho de 2002, no ¿microondas¿ do tráfico. Ficou confirmado que eram do jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, torturado e morto por bandidos. O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi condenado anteontem a 28 anos e seis meses de prisão pelo crime.

Em dezembro de 2001, uma mulher foi encontrada morta na Ilha do Governador, enrolada num cobertor. O caso parecia insolúvel, mas um fio de cabelo foi encontrado no cobertor. Um exame de DNA comprovou que ele pertencia ao noivo da mulher que, segundo a polícia, era o autor do crime.

Foi também graças a esse exame que a ossada do estudante Rodrigo Acri foi identificada. Ele foi morto em junho de 1999, depois de ter sido seqüestrado. O corpo foi encontrado em Magé, após o pagamento do resgate.

Em 2000, o resultado de um exame de DNA confirmou que o corpo encontrado no Lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, era do economista Luciano Simon Barbosa, de 23 anos. A vítima, que era estudante de pós-graduação da Coppe-UFRJ, estava desaparecida havia mais de um mês. Segundo a polícia, Luciano foi morto ao errar o caminho e entrar na Favela do Guarda, em Del Castilho, onde se deparou com traficantes. Nervoso, acabou atropelando cinco pessoas. A morte do estudante teria sido uma represália dos bandidos, que teriam jogado o corpo no lixão.