Título: INSPIRAÇÃO NO MODELO DE NOVA YORK
Autor: Dimmi Amora
Fonte: O Globo, 29/05/2005, Rio, p. 18

Até 1999, a divisão das áreas de atuação dos batalhões da PM e das delegacias da Polícia Civil não correspondia à divisão territorial dos municípios do estado e dos bairros da capital. Com as Aisps, batalhões e delegacias ficaram na mesma divisão territorial do Censo e cada delegacia atende apenas um batalhão da PM. Com isso, foi possível fazer estatísticas mais racionais e específicas de cada área, além de racionalizar o trabalho das polícias.

Mas o projeto era mais ambicioso. Segundo o sociólogo Luiz Eduardo Soares, responsável pela implantação das Aisps em 1999, a idéia era adaptar o modelo dos boroughs da polícia de Nova York. Neste modelo, a cidade americana foi dividida em áreas para atuação da polícia. Os policiais responsáveis por cada setor tinham duas funções: se relacionar com a comunidade e a administração pública; e prestar contas ao chefe de polícia sobre os crimes em reuniões semanais com a presença de todos os chefes de borough.

¿ Aqui, infelizmente, ficamos só na divisão territorial. A cobrança sobre a atuação das polícias não é feita em reuniões. Isso faz com que o principal problema da polícia, o fato de ela ser ingovernável, não se modifique.

A diretora do ISP, Ana Paula Miranda, afirmou que as reuniões são feitas semanalmente, mas não têm divulgação. Segundo ela, as mudanças nos cargos das polícias estão sendo feitas com base nos dados do ISP. Atualmente, o instituto produz um relatório diário sobre o comportamento dos roubos de veículos para o secretário de Segurança.

¿ O Luiz Eduardo sabe que muitas vezes não é a cobrança que modifica o problema. Há fatores externos que afetam o resultado. Em muitos casos, só polícia não resolve.