Título: ESQUERDA DO PT PROMOVE ATO POR CPI
Autor: Chico Otavio
Fonte: O Globo, 31/05/2005, O País, p. 8

Encontro no Rio reúne cinco deputados federais em críticas ao governo

Diante de um auditório lotado, parlamentares do Bloco de Esquerda do PT mostraram ontem, no Rio, que não estão dispostos a recuar. Eles cobraram uma CPI que investigue profundamente as denúncias envolvendo os Correios e garantiram não temer punições no partido. O deputado Chico Alencar (RJ), um dos anfitriões do encontro, contestou a versão governista de que a CPI será um palanque da oposição:

¿ Palanque para a oposição se dá quando o governo faz todo o esforço para barrar a CPI.

O encontro reuniu cerca de 150 pessoas, entre as quais cinco deputados federais do PT, no Teatro João Theotônio. O sociólogo Emir Sader, coordenador da mesa, pediu às correntes internas da esquerda do PT que lancem um candidato único para enfrentar José Genoino, que disputará a reeleição para presidente nacional do partido.

Chico Alencar disse que o Bloco de Esquerda já reúne 11 deputados federais e cinco senadores, além de deputados estaduais e vereadores espalhados pelo Brasil. Em entrevista antes do evento, ele defendeu o afastamento do ministro da Previdência Social, Romero Jucá, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, enquanto ambos estiverem sob investigação.

A deputada Maninha (DF) lamentou a tentativa desencadeada pelo governo, semana passada, de retirar assinaturas do pedido de abertura da CPI. Para Ivan Valente (SP), a apuração das denúncias pela CPI vai mostrar para a ¿base fisiológica¿ que não há impunidade para os aliados. E, para o PSDB e o PFL, que, ¿ao contrário do governo passado, as denúncias na gestão do presidente Lula são apuradas¿.

Também participaram do ato os candidatos à presidência nacional do PT Plínio de Arruda Sampaio, Valter Pomar e Raul Pont e os deputados federais Walter Pinheiro (BA) e Mauro Passos (SC).

Em São Paulo, o presidente nacional do PT, José Genoino, divulgou nota classificando como ¿inverdades criminosas¿ reportagens publicadas no fim de semana sobre a suposta participação de dirigentes do partido em atos de corrupção em estatais. Genoino disse que a divisão de cargos entre partidos aliados é ¿normal em qualquer país¿ que tenha um governo de coalizão.

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