Título: TARSO SE ENCONTRA COM INTEGRANTES DO MOVIMENTO NEGRO
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Fonte: O Globo, 03/06/2005, O País, p. 11
Ministro promete debater sugestões para política de cotas
SÃO PAULO. Ao ouvir ontem críticas contundentes ao prazo de dez anos para a implantação das cotas para afrodescendentes e alunos pobres no ensino superior, segundo a nova versão do anteprojeto da reforma universitária, o ministro da Educação, Tarso Genro, disse que encara a polêmica com naturalidade. Tarso se reuniu à noite com representantes do movimento Educação e Cidadania de Afrodescentes e Carentes (Educafro) e do Movimento dos Sem-Universidade (MSU) e prometeu debater as diversas sugestões que recebeu.
- Na condição em que estamos, temos de ser mediadores do processo político, com uma determinada direção. E essa mediação exige que respeitemos todos os pontos de vista, venham de onde vier - disse o ministro.
"A nova versão representa um retrocesso na luta pelo acesso à universidade brasileira", diz o documento da Educafro, que sugere um plano de metas para a implantação das cotas até atingir 88,8% dos alunos que concluem o ensino médio na rede pública. Até o próximo ano seria no mínimo 30%. Em 2007, 40%; e 50% até 2008.
Lembrando que "mais vale um passo certo do que permanecer no mesmo lugar", o ministro disse que é preciso mobilização social para garantir a aprovação da reforma universitária no Congresso.
- Vamos ter de criar um bloco social e político para aprovar uma reforma avançada que vai do centro à esquerda - disse Tarso Genro.