Título: SOFTWARE LIVRE, NÃO OBRIGATÓRIO
Autor:
Fonte: O Globo, 03/06/2005, Economia, p. 25

Empresas contra projeto brasileiro

WASHINGTON. Pouco mais de 20 mil pequenas e grandes empresas de tecnologia de informação e comunicações de 102 países se preparam para minar a proposta que o Brasil fez à Organização das Nações Unidas (ONU), no sentido de tornar obrigatório que os governos em geral utilizem programas de computação de fontes abertas em seus sistemas. Um encontro para discutir esse tema será realizado no Rio de Janeiro, entre os próximos dias 8 e 10, em preparação à Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, da ONU, em novembro deste ano, na Tunísia.

Nessa etapa carioca, os opositores da idéia brasileira, que fazem parte da CompTIA (Associação da Indústria da Tecnologia de Computação, na sigla em inglês), sediada em Chicago, farão o possível para impedir que a sugestão do Brasil seja incluída na agenda da reunião.

- Queremos permitir uma competição livre, que leve em conta o mérito, a qualidade, dos programas - disse ontem Melanie Wayne, diretora de Política Pública da CompTIA para a América Latina e o Canadá.

Ultimamente, os governos, em geral os maiores compradores de software, vêm buscando fontes mais baratas nesse setor. Um comunicado assinado pelo brasileiro Gilberto Galan, diretor latino-americano de outro grupo do ramo - Iniciativa para a Escolha de Software - diz: "Programas de fonte aberta são bons, mas decisões arbitrárias como essas são míopes". (José Meirelles Passos, correspondente)