Título: RESERVA AMBIENTAL MOBILIZA 5 CIDADES
Autor: Paulo Roberto Araújo
Fonte: O Globo, 05/06/2005, Rio, p. 23
Idéia é criar corredor ecológico com cerca de 84 mil hectares de mata
Uma união pelo meio ambiente. Os municípios de Rio Bonito, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí e Tanguá vão se unir em consórcio para criar um corredor ecológico de 84 mil hectares, com o objetivo de proteger a principal reserva ambiental que une os cinco municípios e que está inserida na reserva da biosfera da Mata Atlântica do Rio, reconhecida pela Unesco durante a Rio 92.
O primeiro passo para a criação do corredor acontece no dia 8, quando representantes dos municípios se encontrarão em Tanguá para a segunda reunião (a primeira aconteceu no mês passado em Rio Bonito). Será formalizada a criação de um grupo de trabalho.
Passeata cobrará criação de reserva ecológica
Hoje, em Rio Bonito, representantes de ONGs, estudantes de escolas públicas e particulares e autoridades farão uma passeata pelas ruas da cidade cobrando a criação da reserva ecológica da Serra do Sambê. A área integra a macro-região ambiental I criada em 2000 pelo decreto estadual 26.058.
A Serra do Sambê, que está a 1.050 metros acima do nível do mar, é a mais importante área verde do município e responsável por mananciais de águas que servem às bacias que abastecem parte da cidade e do município vizinho de Tanguá. De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Rio Bonito, Carmem Lúcia Motta, o desmatamento irregular para a criação de gado e o plantio de bananeiras são a principal ameaça à Serra do Sambê, que representa cerca de 20% do corredor ecológico a ser criado.
¿ É preciso a união da sociedade civil e do poder público para a criação desse corredor ecológico, mas também a participação de outras esferas de governo para que possamos realizar ações de fiscalização para conter o desmatamento, que é muito grande na região ¿ disse ela.
O corredor ecológico, além de preservar o meio ambiente, incentivará o turismo ecológico, com a criação de áreas para a prática de arvorismo, caminhadas e outras iniciativas. O objetivo é melhorar as condições de vida dos moradores do local, para que troquem o trabalho que desmata e agride o meio ambiente por aquele que preserva a reserva.
Um exemplo disso é o projeto feito em parceria entre o grupo ambientalista WWF, o consórcio Lagos-São João e a prefeitura de Rio Bonito que vem incentivando os carvoeiros da cidade a trocarem a iniciativa extrativista por ações de reflorestamento. A iniciativa vem rendendo resultados e atualmente seis famílias de antigos carvoeiros já trabalham como reflorestadores.