Título: INFLAÇÃO MEDIDA PELA FIPE RECUOU EM MAIO PARA 0,35% EM SÃO PAULO
Autor: Wagner Gomes e Paula Dias
Fonte: O Globo, 04/06/2005, Economia, p. 24

Bovespa cai e dólar sobe 0,49%. Preço do petróleo tem alta de 3%

SÃO PAULO e NOVA YORK O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do município de São Paulo, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), registrou em maio uma inflação de 0,35%, abaixo do 0,50% da prévia anterior e do 0,83% do mês de abril. É a menor taxa mensal desde setembro do ano passado, quando ficou em 0,21%. Considerando somente as quadrissemanas, a taxa é a menor desde outubro de 2004 (0,27%).

Em maio, a inflação ficou ainda menor do que a previsão inicial do coordenador do IPC, Paulo Picchetti, de 0,45%. Segundo o economista, isso ocorreu porque houve uma queda acima do esperado nos preços dos combustíveis e dos alimentos in natura.

No acumulado deste ano, até maio, o IPC apresenta alta de 2,92%. A inflação, no entanto, vem desacelerando em São Paulo desde a terceira semana de abril. Em junho, a inflação em São Paulo deve chegar a 0,40%, segundo Picchetti.

¿ Os preços dos combustíveis puxaram o IPC para baixo. O preço do álcool caiu com o aumento da oferta, por causa da safra, e a mistura do álcool na gasolina fez o preço da gasolina cair ¿ disse Picchetti.

No entanto, o preço do petróleo voltou a subir no mercado internacional ontem. O barril do Brent (preço de referência internacional) fechou em alta de 3,16%, a US$54,16, e o do tipo cru leve americano subiu 2,61%, para US$55,03. A razão dada pelo mercado foi um gargalo no setor de refinarias dos EUA.

No Rio, cesta de compras sobe 2,19%, para R$312,71

No Rio de Janeiro, o custo da cesta de compras, que equivale ao consumo médio de todas as famílias residentes na cidade do Rio, ficou em R$312,71 em maio, o que representa um aumento de 2,19% em relação ao mês anterior. De acordo com o Instituto Fecomércio-RJ, este foi o maior aumento desde junho de 2004, quando houve variação de 2,53%.

Depois de ter subido 5,6% em dois dias, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) dedicou a sexta-feira à realização de lucros. A bolsa paulista fechou em queda de 1,03%, com o Índice Bovespa em 26.365 pontos. O volume financeiro totalizou R$1,089 bilhão, metade do movimentado na véspera. Em parte a queda da bolsa foi causada pela cautela do investidor. Ainda assim, a redução do volume de negócios mostra que a correção aconteceu sem exageros.

Na semana, o Índice Bovespa acumulou alta de 4,40%, com a aposta do mercado no fim do ciclo de aumentos de juros. A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB, que avançou só 0,3% no primeiro trimestre) reforçou as apostas no fim dos aumentos ainda este mês.

O mercado de câmbio, por sua vez, enfrentou volatilidade ao longo da semana e não foi diferente ontem. O dólar alternou altas e baixas e fechou com ganho de 0,49%, cotado a R$2,425 na compra e R$2,427 na venda. No acumulado da semana, a moeda americana subiu 1,80%. Esta alta foi provocada principalmente pelo aceno do diretor de Política Monetária do Banco Central, Rodrigo Azevedo, de que o BC estaria para retomar as compras de dólares, dentro do programa de recomposição de reservas.

(*) Com agências internacionais