Título: ORGANIZAÇÃO QUER AUMENTAR ARRECADAÇÃO
Autor: José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 06/06/2005, O Mundo, p. 19

FORT LAUDERDALE, Flórida. Além de tentar encontrar nessa assembléia geral um papel de relevância para si mesma, a Organização dos Estados Americanos (OEA) discutirá formas de aumentar a sua arrecadação. O atual orçamento anual de US$74 milhões é insuficiente sequer para bancar os gastos básicos. E como se não bastasse isso, a instituição tem sido vítima de calotes dos países participantes.

Atualmente eles devem um total de US$58,9 milhões. Alguns não pagam há anos ¿ como a Argentina, que deve US$14,4 milhões. Esse total, acumulado desde 2000, é equivalente a quatro vezes a sua cota anual. O Brasil também faz parte da lista dos 14 países que não estão em dia com as suas obrigações: deve US$9,8 milhões (uma cota e meia).

México, Uruguai, Venezuela, Colômbia e Peru são alguns outros dessa lista. O maior volume é devido pelos Estados Unidos: US$22,2 milhões. Ou seja: metade de sua cota. Esse pagamento deveria ter sido feito há seis meses. Tio Sam, no entanto, não consta da relação de maus pagadores: ele está, com mais oito países, entre os que fizeram um acerto com a OEA para ir desembolsando aos poucos, em parcelas trimestrais ou semestrais.

Nessa lista estão incluídas pequenas nações como Antigua e Barbuda, Barbados, Granada e a Nicarágua. Esta última é o caso mais sério: tem uma dívida de US$508 mil que vem rolando há nove anos e meio. Dos 34 países que compõem a OEA ¿ sem incluir Cuba, suspensa desde os anos 60 ¿ apenas 11 estão em dia com os seus pagamentos.

Canadá é o mais rico deles, seguido do Chile. Os demais são países pequenos ¿ como Haiti, São Cristóvão e Névis, Trinidad e Tobago, Belize e Guiana. A expectativa é de que se crie nessa assembléia um grupo especial para definir melhor o valor das cotas:

¿ É preciso haver um aumento proporcional à economia dos países. Já despedimos 168 pessoas (25% da mão-de-obra), congelamos nossos gastos e ainda assim não há dinheiro suficiente para que a OEA funcione adequadamente ¿ disse o americano Luigi Einaudi, secretário-geral adjunto da OEA. (J.M.P.)