Título: EUA ESTUDAM INTERVENÇÃO MILITAR NO HAITI
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Fonte: O Globo, 06/06/2005, O Mundo, p. 19
`Washington Post¿ diz que missão da ONU comandada pelo Brasil fracassou. Amorim rebate
WASHINGTON. A queda das condições de segurança no Haiti, onde pelo menos 20 pessoas foram mortas semana passada (18 delas somente no sábado) em operações da polícia nacional, leva o governo de George W. Bush a estudar uma possível intervenção militar americana no país. Em editorial com duras críticas ao comando brasileiro, que está à frente dos 4.700 integrantes da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, o jornal ¿The Washington Post¿ denunciou ontem o fracasso da ONU e do governo haitiano na luta para estabilizar o país.
¿É preciso realizar uma operação de socorro no Haiti e provavelmente não será possível fazer isso sem a ajuda das tropas americanas¿, diz o editorial. Segundo o jornal, a embaixada americana no Haiti pediu ao governo que estude a possibilidade de enviar centenas de fuzileiros navais ao país para controlar a situação. O texto do editorial diz ainda que a força americana poderia atuar em conjunto com os soldados da ONU.
O chanceler Celso Amorim respondeu à acusação de que o comando brasileiro no Haiti falhou:
¿ A nossa avaliação não é essa. Até a própria oposição no Haiti diz que, quando se fala numa possivel saída das forças brasileiras, há uma grande preocupação ¿ argumentou. ¿ As críticas não procedem.
No fim de semana, em entrevista ao jornal ¿Miami Herald¿, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, reconheceu que pode ser necessária ¿ajuda extra para as eleições gerais¿, previstas para o fim do ano. No Haiti, o pleito municipal está previsto para 9 de outubro, o legislativo, para 13 de novembro, e o presidencial, para 18 de dezembro.