Título: BATERIAS, AS GRANDES VILÃS...
Autor: Elis Monteiro
Fonte: O Globo, 06/06/2005, Informática ETC, p. 1

que, no entanto, já foram mais perigosas

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a criar um programa de reciclagem de pilhas e baterias, em 1999. Desde julho de 2000, também vigora no país uma resolução instituída pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que prevê o correto descarte e reciclagem de baterias após seu esgotamento energético.

A bateria é a parte mais perigosa do celular e para ela é destinada não só a legislação local como os maiores esforços dos fabricantes em atuação aqui. A Motorola, por exemplo, coleta as baterias, depois as embala uma a uma (para evitar danos nos contatos) e as armazena no Campus da Motorola em Jaguariúna, conforme orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Lá, elas permanecem até que se atinja um volume suficiente para completar um container.

Através de um acordo mundial com a empresa francesa SNAM, que possui um processo aprovado pela Motorola Inc. sobre resíduos perigosos, são retirados das baterias os componentes cádmio e níquel com grau de pureza muito elevado (processo de destilação seletiva), e estes componentes voltam para a produção como matéria-prima, com todos os controles ambientais assegurados.

Segundo a empresa, os cuidados são necessários porque o descarte de baterias usadas pode trazer sérios riscos ao meio ambiente. O processo de degradação do material pode levar anos, devido à presença do cádmio, metal pesado que apresenta potencial poluidor do solo. Depois da reciclagem, 99,99% do cádmio não agridem mais o meio ambiente. O aço e o níquel são enviados às siderúrgicas e transformados em aço inoxidável. Os plásticos e circuitos impressos dos aparelhos são incinerados para a geração de energia elétrica.

Outras fabricantes também têm programas específicos para o recolhimento e reciclagem de baterias.

¿ Temos um programa mundial para o descarte de baterias, que já foram mais perigosas no passado. Antes, elas eram feitas com níquel-cádmio, que é um metal pesado e tóxico ao meio ambiente. Hoje, elas são feitas de polímeros de lítio. Têm peso menor e mais tempo de duração ¿ diz Sílvio Stagni, vice-presidente da Sony-Ericsson Brasil.