Título: Senado confirma Rodrigo Azevedo na diretoria do BC
Autor: Enio Vieira
Fonte: O Globo, 20/10/2004, Economia, p. 25

O Senado aprovou ontem a indicação de Rodrigo Azevedo para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC). O economista havia sido indicado para o cargo no dia 27 de julho, mas teve que esperar até ontem para ser sabatinado pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), devido ao recesso parlamentar e ao processo eleitoral. Ele passou tanto na comissão quanto no Senado no mesmo dia.

Durante a audiência, o novo diretor do BC disse que uma das preocupações em relação à economia brasileira é a instabilidade dos preços do petróleo. Segundo ele, a volatilidade deve permanecer a médio prazo com a alta demanda por petróleo no mercado internacional, devido ao crescimento mundial e à baixa capacidade para aumento de produção.

¿ O déficit comercial de derivados de petróleo em 2003 foi de US$ 2,1 bilhões. Um aumento de 10% no preço internacional resulta numa elevação de US$ 200 milhões no déficit atual de petróleo e derivados ¿ disse Azevedo.

Azevedo apóia proposta de autonomia do Banco Central

O nome do diretor ainda precisa ser publicado no Diário Oficial da União. Por isso, ele não participará da reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou ontem e define hoje a nova taxa de juros básica da economia (Selic).

Ex-diretor-executivo do banco CSFB Garantia, Azevedo substituirá Luiz Augusto Candiota, que deixou o cargo no BC em julho último após denúncias de remessas de recursos ao exterior. Na sabatina com os senadores, o diretor defendeu a política de aumento dos juros do BC para evitar pressões inflacionárias.

A sabatina foi rápida e sem polêmica, porque os senadores tinham pressa em discutir o projeto das Parcerias Público-Privadas (PPP). Os senadores insistiram na questão da autonomia do Banco Central, que daria mandatos para os diretores. Azevedo defendeu a proposta de autonomia do BC, afirmando que países com a autoridade monetária independente têm taxas de inflação mais baixas a longo prazo.