Título: REDUÇÃO DA POBREZA NA AMÉRICA LATINA É LENTA
Autor:
Fonte: O Globo, 11/06/2005, Economia, p. 27

Estudo da Cepal mostra que Metas do Milênio avançaram num ritmo menor que o esperado

SANTIAGO DO CHILE. Os países da América Latina e do Caribe tiveram um desempenho insatisfatório em relação às Metas do Milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A avaliação faz parte do documento "Objetivos de desenvolvimento do Milênio: um olhar da América Latina e o Caribe", apresentado ontem na capital chilena pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal). O objetivo das metas, transformadas em compromisso assinado por países de todos os continentes, é reduzir a pobreza à metade até 2015.

- O balanço é misto. Embora haja alguns progressos, eles são insuficientes e há um atraso na luta contra a pobreza, que atinge 222 milhões de pessoas na região - disse ontem o secretário-executivo da Cepal, o argentino José Luis Machinea.

Machinea, ministro de Economia na gestão do ex-presidente Fernando de la Rúa, apresentou um relatório sobre o tema, realizado pela Cepal. De acordo com o estudo, a universalização da educação primária e a destruição do meio ambiente são outras razões importantes para o atraso no cumprimento dos objetivos.

Já no lado positivo do balanço figuram a queda no índice de desnutrição e mortalidade infantil, o acesso à água potável e a redução das desigualdades de gênero.

- O grau de avanço até 2004, com respeito à redução da pobreza extrema na região, foi de 34% - disse Machinea.

Brasil deve reduzir à metade nível de pobreza extrema

Além de Machinea, estavam presentes durante a apresentação do documento da Cepal o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, o ministro de Fazenda do Chile, Jaime Eyzaguirre, e diretores de diversas agências das Nações Unidas.

O estudo mostra ainda que a América Latina continua sendo a menos igualitária do mundo. Destaca, porém, que só o Chile conseguiu reduzir à metade a pobreza extrema, metas que também deverão ser alcançadas por Brasil, Costa Rica, México, Panamá e Uruguai.