Título: PIRATARIA NO MERCOSUL É TEMA DE CONGRESSO
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Fonte: O Globo, 11/06/2005, Economia, p. 30
Objetivo do encontro, que começa segunda-feira no Rio, é encontrar soluções para o problema
Começa nesta segunda-feira o Congresso Internacional de Combate à Pirataria - Fórum Regional da América Latina, da Interpol e da Organização Mundial das Aduanas. No evento, membros da Interpol e da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), políticos e ministros dos países da região trocarão experiências sobre o crime da pirataria no Mercosul e tentarão encontrar soluções para um problema que representa aos cofres públicos um prejuízo anual de cerca de R$30 bilhões em sonegação de tributos.
De acordo com o deputado federal Julio Lopes, coordenador do evento e membro da Frente Parlamentar de Combate à Pirataria, o congresso será o primeiro a debater o problema da pirataria no âmbito do Mercosul:
- É necessária uma ação integrada, sem desperdício de esforço no combate à pirataria. Esse tipo de abordagem é importante, pois se o Brasil, por exemplo, faz um controle mais fraco, isso exige um esforço maior dos outros países.
Segundo ele, o Brasil avançou no combate à pirataria, mas, devido ao aumento dessa modalidade de crime, é preciso uma ação mais forte e integrada no Mercosul.
- A apreensão em Foz do Iguaçu é hoje quase cinco vezes maior do que no ano passado, mas dos 300 mil habitantes de Foz, há 40 mil desempregados. E o desemprego está fazendo da pirataria uma alternativa para parte da população. O setor fonográfico é um dos que mais sofrem com esse tipo de crime. Estimativas do setor indicam que, nos últimos dois anos, a pirataria representou o fechamento de 50 mil vagas formais - afirma Lopes.
Estudo divulgado anteontem pelo Ibope, a pedido do Instituto Dannemann Siemsen (IDS), da Câmara de Comércio dos EUA e da Warner Bros, mostrou que os produtos piratas mais procurados mais procurados são roupas (11%), tênis (10%) e brinquedos (10%).
Interpol treinará membrosda Receita e Polícia Federal
Em paralelo ao congresso, que termina na terça-feira, policiais da Interpol treinarão funcionários da Receita Federal, Polícia Federal e técnicos de perícia da Justiça Federal. Além da Interpol e da ABPI, participarão do congresso membros da Organização Internacional de Propriedade Intelectual, do Conselho Nacional de Combate à Pirataria da Organização Mundial das Aduanas, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação, do Ministério Público Estadual, do Tribunal de Justiça do Rio e do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco).