Título: IDENTIFICADOS AGRESSORES DE EQUIPE DE TV
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Fonte: O Globo, 24/06/2005, O País, p. 13

ANJ condena ataque; suspeito participou de quebra-quebra no Congresso

SÃO PAULO. A Polícia Civil identificou ontem os três agressores da equipe da TV Globo atacada em frente à sede nacional do PT, terça-feira à noite. De acordo com a polícia, o principal responsável pelos ataques é Adriano Gomes da Silva, o mesmo que comandou o ataque ao Salão Negro do Congresso, em agosto de 2003, e acabou solto graças à intervenção de parlamentares. Os três agressores trabalhavam para a Chapa 2 do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ligada ao PSTU.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota em que condena e lamenta a agressão. "É revoltante e inadmissível que profissionais no exercício de sua atividade de informar a opinião pública sejam alvo da fúria e violência de um grupo de desordeiros, sob a capa de manifestantes políticos", diz a nota.

Adriano Gomes da Silva não foi encontrado pela polícia, mas deve ser detido para prestar depoimento. Ontem, seu colega Flávio Rogério de Oliveira, que participou das agressões, foi detido para prestar depoimento e negou que o episódio tenha relação com partidos políticos. Embora tenham ferido os profissionais, eles não ficarão presos, segundo o delegado Mário Jordão.

- Não houve flagrante e, pela lei, causar lesão e danos materiais não é crime passível de prisão. Mas vamos investigar ainda se houve tentativa de homicídio e, neste caso, pedir a prisão preventiva dos três - disse o delegado.

De acordo com o delegado, o ex-bancário Flávio Rogério, de 36 anos, confirmou sua participação mas declarou que foi atingido antes por integrantes da equipe e que apenas revidou atirando pedras contra o carro da TV Globo.

O assistente da equipe, Marçal Queiroz, que sofreu afundamento no maxilar, foi operado e seu estado de saúde é bom, assim como os do repórter Lúcio Sturm e do cinegrafista Gilmário Batista.

Adriano quebrou vidro externo do Congresso

Ex-funcionário dos Correios, Adriano ficou conhecido durante o quebra-quebra no Congresso em 2003. Horas depois de o plenário da Câmara aprovar a reforma da Previdência, a Casa foi atacada por um grupo que apedrejou o prédio, quebrando 52 vidraças do Salão Negro. Adriano quebrou o vidro externo, foi detido por seguranças e acabou se ferindo. Os deputados Ivan Valente (PT-SP) e Laura Carneiro (PFL-RJ) tentaram libertá-lo.

O presidente do PSTU, José Maria, afirmou que, embora apóie a Chapa 2, seu partido e os sindicalistas do PSTU são contrários a ataques e não têm ligação com os agressores.

Legenda da foto: ADRIANO QUEBRA com um chute a vidraça do Congresso em 2003